quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

CUFA-DF e Secretaria de Cultura em parceria nas Tendas Culturais

Novo espaço para atividades culturais será administrado pela instituição

Espaços parecidos com o Circo Voador (e as lonas culturais) do Rio de Janeiro começarão a ser construídos a partir de abril de 2009 no Distrito Federal. Serão 10 tendas culturais administradas por OSCIPs, e a CUFA-DF estará à frente de uma delas, com total liberdade para realizar eventos e oficinas.

Cultura ao alcance de todos

Incentivar a produção cultural e inserir a comunidade carente do Distrito Federal no ambiente cultural. Esse é o objetivo do projeto Tendas Culturais, que começa a ser implantado no DF nos próximos meses. Até 2010, a previsão é que sejam implantados oito complexos. O primeiro, cujo edital deve ser lançado até o mês de março, será em Samambaia. Cada tenda abrigará salas para oficinas, telecentro e biblioteca. A administração se dará por meio de uma parceria do Governo do Distrito Federal com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). Para saber um pouco mais como funcionará o projeto, confira uma entrevista com o gerente do Tendas Culturais, Cláudio Abrantes.

O que são as Tendas Culturais?

O projeto Tendas Culturais são pequenos complexos culturais (fixos) que serão construídos nas cidades mais carentes do DF. Sua estrutura consiste em:

- 04 salas para ensino artístico em teatro, dança, música e artes plásticas, cada qual preparada adequadamente para a prática artística;
- 01 telecentro com capacidade para 20 PCs;
- Galpão Multiuso para atividades culturais (capoeira, exposições, saraus etc);
- Administração;
- Sanitários e vestiários;
- Biblioteca;
- Teatro, com capacidade para 280 lugares sentados e camarim.

Como o projeto funciona?

O Governo do Distrito Federal (GDF) se responsabiliza pela construção do Complexo Tenda Cultural e, em seguida, por meio da Secretaria de Cultura, compartilha a gestão com uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público local (OSCIP). Nesta parceira, a entidade gestora recebe recursos para contratação de artistas da cidade, que ministrarão as oficinas gratuitamente para a comunidade, principalmente para crianças e adolescentes. O projeto deve interagir com a proposta de educação integral. Para auxiliar nas demais funções da Tenda, será formada uma equipe composta por pessoas da própria cidade. O teatro e o galpão multiuso ficam à disposição da comunidade cultural e artística, e todo o complexo receberá as ações da Secretaria de Cultura. A maioria destes complexos será construída em parques ecológicos, aliando cultura e meio ambiente na formação dos jovens.

Como surgiu o Tendas Culturais?

O projeto é inspirado nas Lonas Culturais da Prefeitura do Rio de Janeiro. O governador José Roberto Arruda, em visita à capital Guanabara, conheceu o projeto e o incorporou ao seu plano de governo. No Rio de Janeiro começou em 1993, após a Rio Eco 92. Após a conferência, a estrutura montada na praia de Copacabana para o fórum alternativo foi doada para a Secretaria Municipal de Cultura, que a levou para a periferia e firmou a parceria com a comunidade local. Atualmente, são 10 complexos na periferia do Rio de Janeiro, sendo, o projeto, premiado na Comunidade Européia e no Mercosul pela inclusão social por meio da cultura. Além disso, tem a chancela da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco).

Onde o Tendas Culturais será implantado?

O projeto arquitetônico já está finalizado e no próximo mês será lançado o edital para construção da 1ª Tenda Cultural, em Samambaia. O objetivo é inaugurar oito complexos até 2010. Os próximos serão em Planaltina, Brazlândia e Santa Maria, pois já existem os terrenos, estudos topográficos e orçamentos definidos. As demais estão em processo de definição destes tópicos.

Quem pode participar, existe uma idade específica?

O projeto é aberto a toda a comunidade. O foco está nas crianças e adolescentes, inclusive, auxiliando o projeto de Educação Integral do GDF. Mas o Tendas também terá espaço para os adultos. Afim de facilitar a participação de quem trabalha durante o dia, as oficinas também poderão ser ministradas durante a noite. A Tenda Cultural é abrigo para todas as pessoas, independente de idade, que queiram vivenciar a arte e a cultura.

Existe algum custo para a população?

Não haverá custo para a comunidade nas ações de ensino, as oficinas serão gratuitas. Além disso, as instalações do complexo receberão os espetáculos contemplados com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), com custo zero para a comunidade. Para os espetáculos que não têm apoio do governo, o valor da entrada será popular.

Qual o caráter sócio-cultural do projeto?

O grande mérito do projeto é o resgate de cidadania. Gosto muito de relatar um fato que me deixou extremamente feliz ao conhecer o projeto no Rio de Janeiro. Estávamos em comitiva, junto ao secretário adjunto de Cultura, Beto Sales, e fomos visitar a Lona Cultural de Irajá. Ao chegarmos, encontramos um grupo de senhoras, todas com mais de 60 anos, ensaiando uma peça teatral sobre Carmem Miranda. Talvez, aquela tenha sido a primeira experiência cênica de muitas delas. A auto-estima, a valorização da comunidade, da cultura local, enfim, da maneira de se viver, pode, por meio de um projeto como este, mudar toda uma realidade social. A cultura e a arte tornadas disponíveis e acessíveis a todos funcionam como instrumento de crescimento, cidadania e inclusão social, o que é a nossa grande meta.

Qual a estimativa de participantes?

Na área de ensino, o público principal são as crianças e adolescentes, mas nunca deixando de lado os adultos. Cada sala de aula tem capacidade para 20 alunos, podendo, portanto, atender cerca de 300 estudantes por turno. Além disso, a biblioteca, o galpão multiuso e o teatro terão um grande potencial de público, pois além da atividade artística já existente na cidade, ainda receberão os alunos e a produção da própria Tenda Cultural.

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